domingo, 5 de abril de 2015

Sobre o custo da páscoa: 10 disposições.

 

Pedro José Correia  |  Justiça e Paz – Aveiro

 

[1.] Páscoa, fazer festa ”Vale a pena celebrar a Vida quando o Deus da Vida não lhe é alheio, quando os dias que despertam e adormecem caminham de olhos erguidos para Deus, quando a certeza da Plenitude anima a luta da construção…Vale a pena celebrar a Vida porque cada vez que o fazemos, Deus faz festa connosco! (Rui Santiago-Cssr, Dar Sentido, Diocese de Aveiro, 2015, p.48).

[2.] Páscoa, essa noite de vigília memorável. Voz 1 diz: “Há um ano atrás, por esta hora estavas na minha casa acabado de receber boas novas de… Hei-de sempre lembrar de mais um gesto de amizade nessa noite memorável”; Voz 2 rediz: “Ando desconcertado nas respostas… graças reconhecidas por recordares a Vida que renasceu “nessa noite memorável” e renasce hoje nessa Verdade que procuramos em comum”.

[3.] Páscoa, êxodo prisioneiro que chega à periferia livre. “A nova liberdade é velha, é liberdade absoluta na roupagem da época; pois, conduzir sempre uma vez mais, apesar de todas as astúcias do espírito do tempo, ao triunfo da liberdade: eis o sentido do mundo histórico” (Ernst Jünger, O Passo da Floresta, Edições Cotovia, 1995, nº 31, p.88).

[4.] Páscoa, Visita Pascal porta a porta. “Deus visitou-me ao cair do dia e dos anos, para me proteger das sombras e devolver o chão aos pés e os sonhos à juventude. (…) Deus visitou-me quando o tempo interrompeu a estrada e fez para o cortejo dos silêncios adiados e dos discursos estéreis” (Frei Manuel Rito Dias, Cânticos da Mãe Terra, Difusora Bíblica, 2011, p.102).

[5.] Páscoa, santidade e humanismo”. “A tarefa do cristão não é simplesmente a de se preocupar com a justiça social, a ordem política e os negócios justos. É muito mais profunda. É uma questão da própria estrutura da sociedade e da herança cultural do homem. A tarefa de cada cristão hoje é a de defender e restaurar os valores humanos básicos, sem os quais a graça e a espiritualidade terão um sentido prático mínimo na vida do homem ” (Thomas Merton, Vida e Santidade, Editorial Franciscana, 2007, pp.146-147).

[6.] Páscoa de Jesus e nossa. “O Ressuscitado da Páscoa arrasta-nos a partir de agora na esteira da sua vida nova. A sua Páscoa é chamada a tornar-se a nossa. Ela impele-nos a sair dos nossos túmulos, a abater os muros que nos tornam prisioneiros, a recusar a fatalidade dos acontecimentos. A ressurreição é a vida de Deus em nós” (Jacques Gaillot, “Páscoa: o sol da vida” in Carta, 01-04-2001, http://www.partenia.org/partenia_1996_2006/pt/l_0204pt.htm, acesso: 04-01-2015).

[7.] Páscoa, mudança para aproximar. “Vale aqui este princípio fundamental: exigir exactamente a mesma coisa, sob condições de vida totalmente diferentes, significa exigir uma coisa totalmente diferente” (Bernhard Häring, Última Palavra de Profeta, Editorial Perpétuo Socorro, 2000, p.137).

[8.] Páscoa, observar o óbvio.”É certo que não se pode viver uma Quaresma sem Páscoa, mas também não se pode viver uma Páscoa sem a Quaresma, sem a Paixão. Porque o que é óbvio, por ser óbvio, precisa de ser relembrado e recordado. Porque o que é importante, por ser importante, necessita de ser dito e redito muitas vezes” (In Paschalis Atrium – Exposição de Arte Sacra, Sé de Aveiro, de 28/3 a 12/4 – 2015).

[9.] Páscoa, viver o sofrimento à luz da Cruz Pascal. “Qual é a luz radical que a paixão de Cristo a sua morte e ressurreição, traz ao sofrimento? É que este, vivido em amor e por amor, encontra o seu sentido. E essa é a chave do segredo. (…) Assumindo a Cruz pelo amor aos outros e ao Pai, Jesus matou a morte e abriu-nos o caminho da ressurreição” (Vasco Pinto Magalhães, Se Deus É Bom, Porque Sofremos? Um Testemunho, Edições Tenacitas, 2015, p.61).

[10.] Páscoa, quando o nosso tempo é o futuro. “Acreditar na Ressurreição do Senhor é viver a esperança do Reino de Deus, que é feito de novidade, de surpresa e de plenitude. Se muitos se angustiam e ficam paralisados com medo do futuro, não é precisamente porque não conseguem conceber um futuro diferente do presente que agora vivemos?” (Pe. Manuel Trindade – SMBN).

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