segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Sobre o olhar paciente do utente

 

Pedro José  |  Justiça e Paz – Aveiro

- impressões e satisfações sobre o SNS: o nosso dinheiro vital  -

      Os tratamentos na Saúde, de que o SNS é o cartão de visita, no que exigem de mais específico, até ao âmbito mais geral: revestem uma importância radical, quase mesmo absoluta.

    Fui merecedor, direta e mais indiretamente, da parte SNS, desde há quatro anos a esta parte, completam-se neste mês de Outubro (esperamos que ares de pré-eleição não sejam manipuladores…), dos serviços de excelência, no domínio público, e no caso, também, da parceria público/privado. Casos de competência da Médica de Família no diagnóstico preventivo de cancro (no espaço de 3/4 messes, noutros casos pode ser tempo excessivo e irreversível… “-Olhe encaminho para Coimbra e não Aveiro, porque estão a demorar muito na resposta”); nos pedidos de examos complementares, com a urgência exigida. Casos de “apenas” (aspas anti demagógicas) 9 messes de espera, para uma cirurgia da catarata. Tratamento excelente a vários níveis, mesmo sem os resultados pós-operatório já confirmados, arrisco afirmar: no questionário de qualidade/satisfação, dos 14 itens perguntados: 10 satisfeito; 2 pouco satisfeito e 2 muito satisfeito. Pouco satisfeito: “O tempo de espera para a hora de intervenção cirúrgica” e “ruído da unidade”; Muito satisfeito: “A forma como foi recebido e acompanhado pela equipa de saúde” e “higiene e conforto na unidade”. Escrevo a partir do Hospital de Águeda.

   Foi pedida também na resposta a esse questionário de atendimento e serviços, um comentário/sugestão, e por via indireta, outra vez, comentava com a pessoa em causa, mais ou menos, esta ideia simples, mas não irreal: “o princípio da descentralização deste serviço de oftalmologista consulta e/ou cirurgias (e noutras valências) deve manter-se. Porque sabemos que a gestão de recursos e o atendimento de proximidade às pessoas não são antagónicos, mas objetivos/metas complementares”.

Quando pela gravidade do tratamento, na exigência de recursos e meios, quem nos poderá “salvar” (salvação e saúde andam juntas sempre…) é/será sempre a qualidade humana e técnica prestada pelo SNS. Disso não tenho nenhuma dúvida de Fé e História (Pessoal e Coletiva)! E quem disser comprovadamente o contrário é porque tem razão também!? Para o caso confesso que poupo todos os messes e pago também um seguro particular de saúde – passa a publicidade, como diz o povo não vá o diabo aprontar… - um seguro mínimo de serviços na Multicare.

     Desejava escrever, «aqui e agora», que me saiu o Euromilhões, pois joguei  - aposta mínima de 2 euros claro está!- por querer pagar as minhas dívidas pessoais e coletivas, mas ao ver a notícia na TV, sobre o totalista, único ou não, residente em Castelo Branco, os 190 milhões voaram (ou os excelentes 138 milhões reais!?…) reservo a conferência da esperança mínima para mais tarde. O jornal Público, hoje, diz-me para que “às 2h da madrugada, atrase os relógios para a 1h”. Como estou em permanente “invernação” (horário de inverno) e, também, tenho vários relógios (plural), isto porque adoro atrasar os relógios dos outros, fico mais contente com perspetiva de na madrugada noturna infinita, hoje, poder reler o meu atraso existencial, quanto a pagamento de dívidas.

     Como tenho Saúde (mesmo quando a Vizinha me vem presentear, agora, com um prato de bilharacos de abóbora!) e também tenho/temos o SNS: o Euromilhões é dispensável (voltarei a jogar: eu é que não sou parvo!?): a vida tal como ela É: um milagre absoluto! Quando se nos dá viver para serviço dos Outros!

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