sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

O nome é José: todos os nomes.



Pedro José L. Correia  |  Justiça e Paz – Aveiro

“Só a vida como dom é condição de possibilidade
para ser feliz”, Dom Walmor Oliveira de Azevedo.


1.Elogio do simples. Centremos a nossa atenção em JOSÉ. Este homem perseguido pela Fé, pela vida enrolada nas tradições, pela Justiça do Deus bíblico e por si mesmo (avançado em maturidade…). Este homem que arranja problemas com a circunstância que lhe era mais favorável: estava com a noiva dos seus sonhos. Que dá um passo em frente apenas para perceber que não era, afinal, a decisão correcta (estava à beira de cometer um erro crasso). Este homem é um simples homem e um homem simples. A simplicidade conquista-nos para Deus.
2.Elogio da sombra. Não nos iludamos com o jogo das sombras. A sombra autentica a que não rouba a Luz a/de ninguém; mas diz que na Luz nós-somos-os-filhos-de-Deus. Nessa sombra discreta e amassada pelo agir, em segredo, revela-se que algo ultrapassa aquele que é considerado como “o” Justo. A sombra aberta à Luz. O pensar-se incompreendido pelo Mistério. O pensar-se esmagado pela Lógica da expectativa humana. Na sombra escura da Noite os olhos da Fé encontraram o Sentido do desapego e do dom.
3.Elogio do sonho. Na iminência de decisões mais loucas a escuta dos sonhos é determinante. Sonhar com a razão da cabeça e adormecer o coração. Sonhar de coração é perigoso. Sonhar de cabeça: evita bater com a própria cabeça na parede. Momentos loucos e oportunistas cruzam a nossa Vida. Na encruzilhada das indecisões: isto…, aquilo…, mais tarde ou agora…, como cheguei a esta situação… José não sabe o que fazer? Nos desdobramentos incontáveis no Tempo de cada um importa, como JOSÉ, voltar ao sonho-de-Deus. No nosso sonhar purificado revela-se a Vontade-de-Deus.
4.Elogio da correção. Não é útil corrigir com amargura. Não é útil corrigir com ressentimento. Não é útil corrigir com perfeccionismos. Corrigir é dizer: fizeste o melhor que havia a fazer e a esperar, e mesmo assim, não foi culpa tua. Dar o melhor de si e não reclamar palmas narcísicas. Razoável é corrigir. Bom mesmo é corrigir-se (com ajuda externa quando tal não nos for (in)consciente). A correção não desencanta a Alma. A correção diz ao Espírito que o futuro está nas nossas mãos. Corrigir(-se) é reconhecer que no mundo não somos capazes de perceber tudo. Aprender com José corrigido, na obediência (a si), e a corrigir-se livremente (para os demais)!
5.Elogio do nome. De um lado um Número de outro a Pessoa. É a espada que corta a nossa insatisfação contemporânea: ou o número ou a pessoa. A pessoa é salva pelo nome. Salva pela história do nome. O nome pertence ao mundo microscópico. O nome pertence ao mundo do tempo fiel à Memória. O nome pertence à Aliança comunicada pelo divino na fragilidade e singularidade humanas. O nome José é o nome de todos(as) nós! A grandeza de José está na sua humanidade: estágio a ser atingido por todos como meta de ser da Vida como Dom. O nome mais simples, sombrio, sonhador, corrigido que possibilitou o nome mais Belo: Maria! Da aliança de ambos nos foi revelado o nome de JESUS Menino. O mesmo que é Cristo Homem, morto e ressuscitado. Bendito seja o Seu Nome! Evangelli Gaudium: a alegria do evangelho: está entre nós!






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