segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Mensagem à Diocese–D. António Francisco, Bispo de Aveiro

AF
 
Um mês depois
Na mensagem dirigida à Diocese no mês de Outubro, a minha primeira palavra voltava-se para Deus pedindo-Lhe bênção e ajuda para o Senhor D. António Marcelino. Um mês depois dirijo-me ao Senhor D. António Marcelino para que agora, junto de Deus, seja ele nossa bênção.
Quero agradecer a todos quantos cuidaram com desvelo do Senhor D. António Marcelino, durante a doença, e o acompanharam com dedicação, desde a família, aos sacerdotes e diáconos, aos médicos e enfermeiros, aos capelães e funcionários hospitalares. Expresso igual gratidão a todos quantos no momento da sua morte testemunharam, de formas tão próximas e atentas, presença de dedicação e de oração.
Todos esses gestos, que o coração de Deus guarda e recompensa, significam uma justa e merecida homenagem ao Senhor D. António Marcelino e testemunham uma sentida e sincera comunhão com a Igreja de Aveiro.
No próximo dia 9, precisamente um mês após a sua morte, vamos recordá-lo na evocação que o ISCRA (Instituto Superior de Ciências Religiosas de Aveiro) vai fazer e na reflexão sobre o pensamento social da Igreja no magistério do Senhor D. António Marcelino que a Comissão Diocesana Justiça e Paz vai promover. Concluiremos esse dia de evocação e de homenagem com a Eucaristia celebrada na Sé de Aveiro, às 19 horas.
Caminhada das bem-aventuranças
De 10 de Novembro a 25 de Dezembro, vamos viver, em união de toda a Diocese, a caminhada das bem-aventuranças. A proposta desta Caminhada pretende envolver cada um dos cristãos da Diocese: famílias, paróquias, serviços e movimentos diocesanos, bem como todas as comunidades religiosas aqui presentes.
As bem-aventuranças são mensagem central da boa nova de Jesus e escola onde o mundo deve aprender a ser mais justo, mais fraterno e mais feliz. Cada um de nós é importante para viver comprometido e empenhado na realização de gestos de misericórdia, mansidão, paz, fraternidade, escuta…porque este é o caminho da verdadeira felicidade. Neste caminho nunca vamos sozinhos…nunca estamos sós. Caminhamos como Povo de Deus e somos Igreja de Cristo. “Na barca da Igreja, eu sou…”.
O arco do tempo que envolve esta etapa da Missão Jubilar abre-nos à dinâmica do Advento; centra-nos na celebração do Dia da Missão e do Dia da Memória e orienta-nos para a alegria do Natal de Jesus. Daqui se vai projectar, continuar e ampliar no tempo o horizonte da vida e o dinamismo da acção pastoral da nossa Diocese a partir da Missão.
Ao fazermos de “redes e peixes” os símbolos desta Caminhada pastoral sabemo-nos chamados e sentimo-nos permanentemente enviados em missão com ousadia profética e novidade evangélica. “Faz-te ao largo; e vós lançai as redes para a pesca” ( Lc, 5, 4).
Felizes os chamados
Como primeiro momento da Caminhada das bem-aventuranças temos, de 10 a 17 deste mês, a Semana de promoção vocacional. Situa-se esta semana na semana dos Seminários. Aberta a todas as vocações e abrangente no seu espírito e programa, a Semana Vocacional volta-nos, de forma explícita e directa, para a vocação presbiteral.
Deus continua a interpelar muitos jovens. O desafio à radicalidade da vida e a vocação à missão caminham a par. Importa semear no coração humano a questão: “O que Deus quer de mim?”
Esta questão é uma interpelação incontornável. Mais do que uma pergunta que sou convidado a fazer, é o início de um processo com sentido e de um projecto de resposta que sou chamado a dar.
Esta é a hora do chamamento, a hora da vocação. Esta é a hora para escutar, para responder, para caminhar. Para muitos esta é a hora de descobrir a vontade de Deus e de iniciar um caminho! Para outros esta é a hora de prosseguir com acrescida alegria o caminho já iniciado!
Na génese do chamamento e no centro da vocação está sempre Jesus. Só em Jesus encontraremos a força da generosidade e o segredo da fidelidade: “Senhor, quero o que Tu queres, mesmo sem saber se posso, mesmo sem saber que quero”.
Jesus chama pelo nome. Um nome dito no silêncio. Escutado e entendido por entre outras vozes. Ouvido com a surpresa inicial dos profetas e seguido com a confiança espontânea dos apóstolos, que “deixaram as redes e seguiram Jesus”.
Esta Semana Vocacional destina-se a cada um de nós. A vocação não é uma questão alheia. Não se trata de uma causa neutra. Não é uma realidade ausente. A vocação traz a marca da identidade de cada um de nós.
Que seja uma semana de oração intensificada, de silêncio valorizado, de atenção redobrada, de generosidade efectiva e de coragem assumida para ouvir a voz de Jesus e seguir os Seus caminhos!
Peço aos sacerdotes, nesta semana e a partir daí, um aumentado entusiasmo no testemunho da vocação e na generosidade do ministério. Dos consagrados (as) espero a certeza da oração e o exemplo da alegria de vidas dadas a Deus para o serviço da Igreja e para o bem do Mundo. Convido os seminaristas e todos os chamados a caminharem alavancados na força da fé e ancorados em Deus que «chama porque ama». Nas famílias e nos jovens esperamos encontrar sempre a abertura de coração aos horizontes imensos da missão a que Deus os chama.
Confio à Igreja de Aveiro um permanente louvor ao Senhor pelo testemunho dos chamados e uma constante oração de súplica para que Deus continue a enviar trabalhadores para a sua Messe.
Ordenação de Presbíteros
Temos inscrito, desde início, no frontispício das nossas Igrejas o lema da nossa Missão Jubilar: “Vive esta hora!”.
Este lema entrou no nosso coração e afirma-se na verdade e na alegria do nosso viver como Igreja diocesana. Vamos viver esta hora, com particular e desde há muito esperada alegria, no próximo dia 17, às 16 horas, na Sé de Aveiro. Vamos, desde já, envolver de oração, de afecto e de esperança os diáconos Leonel Abrantes, Nuno Queirós e Vítor Cardoso, que vão ser ordenados presbíteros.
Eles são chamados por Deus para permanecer com Jesus e unidos a Ele. Com eles, somos todos convidados a regressar à fonte do nosso chamamento e daí partir e repartir, com renovado encanto, para a missão. É a «vida em Cristo», graça e sinal indelével do sacramento da Ordem, que garante a eficácia apostólica e a fecundidade da missão.
Ungidos e enviados em hora de Missão Jubilar, os novos sacerdotes sabem que há tanta gente à espera…à espera do Evangelho! Há tanta gente à procura…à procura de Deus!
Convido toda a Diocese a estar, a partir de agora, com estes ordinandos na comunhão do afecto e na certeza da oração; a acompanhá-los na celebração da ordenação; a incentivá-los na coragem e na fidelidade.
Vive esta hora”, Igreja de Aveiro, como hora de Deus, hora feliz para todos nós, hora de bem-aventurança para o Mundo!
Aveiro, 4 de Novembro de 2013
António Francisco dos Santos, bispo de Aveiro






























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