segunda-feira, 30 de julho de 2012

Entre o eu e o nós: todos necessários, todos envolvidos. O que nos liga, prende ou entusiasma, cada vez que voltamos e nossas comunidades? O que nos verdadeiramente, de casa, e em que direção de interesses/valores nos movemos como «presenças assíduas», faça sol ou chuva? O que faz uma pessoa sentir-se membro efetivo e afetivo? O que alimenta o sentido de «referência» e «pertença» a uma comunidade, grupo/instituição, ideal/fé, nação/tradição secular, etc. Mais perguntas que queremos aprofundar ainda no âmbito do «impacto do sentido comunitário». Como pessoas as nossas perturbações negativas diante das perguntas anteriores, surgem no equilíbrio entre dois pólos: autonomia e vínculo. O vínculo durante o crescimento opõe-se à autonomia. Esta vai sendo conquistada por meio de ruturas. No momento da maturidade, percebe-se a importância do vínculo, já não pela dinâmica da necessidade imposta, mas pela compreensão social do seu sentido. Aqui está o ponteo decisivo. Entramos no jogo da nossa liberdade, e para fora da comparação, ela não pode ser deixada “à loteria da marcação dos penaltis”. Diante da sentença “minha/nossa liberdade termina onde começa a liberdade do outro”, defendemos uma versão mais profunda: “minha/nossa liberdade começa onde começa a liberdade do outro”. O outro é visto não como o fim da nossa liberdade, mas como início, parceiro, potenciador da nossa liberdade. Sem ninguém, nunca serei livre. Sou livre junto com os outros. O vínculo comunitário experimentado enquanto «referência» (a counidade apoia e é apoio; informa e deve, sobretudo, formar no número, cor e feitio…), ou enquanto «pertença» (a comunidade permite a identificação, até por discriminação positiva: pobres sempre os tereis!? Somos propriedade e atribuição de Deus, na pessoa do Irmão, meu/nosso próximo, e nunca devemos ser expropriados da nossa liberdade íntima de consciência a caminho da realização). Através deste vínculo de referência e de pertença, acordamos para a dimensão social que inspira, e também transpira, a nossaMissão Jubilar: «destina-se a todos e conta com todos». Vamos caminhar na certeza da capacidade de relacionamento, na necessidade de conviver, na riqueza do encontro com os outros. Mais livres seremos, se trabalhando e rezando em comunidade, cada vez que escolhermos as tarefas e as oportunidades que Deus possa inspirar. «Todos necessários, todos envolvidos». Pedro José, Gafanhas da Nazaré/Encarnação, 28-06-2012, caracteres (incl. esp), 2358. In Timoneiro, nº646, Julho/2012.

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