terça-feira, 29 de novembro de 2011
domingo, 27 de novembro de 2011
“A ação de Deus em favor do seu Povo é o fundamento da Esperança”
1. Hoje iniciamos o tempo litúrgico do Advento, profundamente marcado pela virtude da esperança. Valor essencial de toda a vida cristã, a nossa sociedade vive tempos em que é urgente cultivar a esperança, anunciá-la através do testemunho daqueles que confiam que se Deus está connosco, estamos salvos. Desta esperança que encontra o seu fundamento na presença de Deus no meio de nós só os crentes podem ser testemunhas. Esta dimensão sobrenatural não anula a esperança humana, antes ajuda os homens a encontrarem o verdadeiro fundamento da sua confiança.
É por isso que o Advento é um tempo litúrgico marcado pela esperança. Celebramos a definitiva presença salvífica de Deus a agir no meio do seu Povo e no coração dos homens, em Jesus Cristo, Deus incarnado que nos redime e através do dom do Espírito Santo nos inspira a viver todas as realidades humanas com nobreza e grandeza. Cristo é, continua a ser, Deus a agir no meio do seu Povo, com a força da sua Páscoa, com o seu amor de Bom Pastor, com a luz do Espírito Santo, com a promessa da sua última manifestação para a transformação definitiva da história. O Advento é um tempo abrangente de todas as etapas da esperança: dos que esperaram, longamente, a vinda do Messias; dos que acreditam que Jesus é Deus no meio de nós, no âmago da nossa história; dos que esperam continuamente que Deus se lhes manifeste; dos que aguardam a última vinda do Senhor, para salvar definitivamente a humanidade.
2. Perante a necessidade de redenção do Povo de Israel o Profeta Isaías pede que Deus desça do Céu e Se manifeste no meio do seu Povo: “Voltai, por amor dos vossos servos e das tribos da vossa herança. Oh, se rasgásseis os céus e descêsseis! Ante a Vossa face estremeceriam os montes!” (Is. 63,19).
Perante a realidade da nossa sociedade, nós os crentes que sabemos que só com a ação de Deus a humanidade se transformará, apetece-nos clamar como o Profeta: descei, Senhor, lá do alto dos céus, sede Deus connosco, mostrai a vossa força transformadora, porque “nosso Pai e nosso Redentor, é desde sempre o Vosso Nome” (Is. 63,16). Mas o mesmo Profeta dá a resposta a essa nossa prece: “Mas Vós descestes… Vós saís ao encontro dos que praticam a justiça e recordam os vossos caminhos” (Is. 64,4). Esta certeza de que Deus já desceu e veio ao nosso encontro no seu Filho Jesus Cristo é o centro da nossa fé, o fundamento da nossa esperança. É esta certeza de fé que a Igreja recorda no Advento. Em Jesus Cristo, Deus revelou-Se, definitivamente, como Deus connosco, a agir no dia a dia da nossa realidade. Ao comunicar-nos o Espírito Santo revelou-nos que a força que pode transformar os homens é o seu amor, é o nosso amor uns pelos outros, que encontra a sua fonte, não apenas na força da natureza, mas no amor de Deus, Ele que nos amou primeiro.
Esta certeza de fé, que é experiência de salvação, é proclamada por Paulo na sua primeira Carta aos Coríntios: “Dou graças a Deus a vosso respeito pela graça divina que nos foi dada em Cristo Jesus. Porque fostes enriquecidos em tudo: em toda a palavra e em todo o conhecimento; e, deste modo, tornou-se firme em vós o testemunho de Cristo. De facto, já não vos falta nenhum dom da graça” (1Cor. 1,4-7).
3. Se já não nos falta nenhum dom da graça, então o que é que nos falta para sentirmos a ação de Deus, para vermos, hoje, a salvação a acontecer? A abertura do coração dos crentes a este dom de Deus, que é Jesus Cristo, o Deus connosco. Temos de escutar a sua Palavra como expressão do que nos quer dizer em cada momento; temos de nos deixar invadir pelo Seu amor, acreditando que só o amor transforma o mundo; seguirmos os caminhos da graça de que Ele dotou a sua Igreja; termos a simplicidade de travarmos as nossas lutas e percorrer os caminhos da vida, na simplicidade dos gestos sacramentais; deixarmos que Ele nos transforme, para podermos confiar que Ele transformará o mundo. Ele já veio e não está ausente dos caminhos dos homens; nós é que nos afastamos d’Ele.
A esperança depende da fidelidade dos cristãos, da sua busca da santidade. Nem sempre percebemos como é que a transformação que Ele realiza em nós, se repercute na transformação do mundo. Mas Ele sabe. Uma coisa é certa: Ele quer uma Igreja Santa, que seja fermento na massa, ou, na expressão do Concílio Vaticano II, sacramento de salvação. O advento só será tempo de esperança se aprofundar, em nós, o ardor da santidade. Nesse ardor entrecruzam-se todos os grandes desafios que o Santo Padre nos lança: Nova Evangelização, Ano da Fé, aniversário do Concílio.
4. Esta certeza de que o Senhor não está ausente, exprime-se, hoje, nesta celebração, na administração do sacramento da Ordem, a diáconos que daqui a meses serão presbíteros. Este sacramento é uma experiência maravilhosa de que Deus age, não de forma mítica, mas transformando os homens, dando-lhes o poder de agirem com a força de Deus, de serem a expressão visível e sensível de que Deus não abandonou o seu Povo.
Maria foi a primeira criatura a deixar-se transformar completamente pela ação de Deus. Ela continua a ser a expressão viva da presença de Deus no mundo. Continua a entregar-nos o Seu Filho Jesus. E se na sua vida pessoal ela participa da intimidade do amor trinitário, como instrumento de salvação, continua a atrair-nos com a força do amor de Deus. Rainha do Advento, porque é, realmente, estímulo da nossa esperança e causa da nossa alegria.
Mosteiro dos Jerónimos, 27 de novembro de 2011
D. José Policarpo, cardeal-patriarca de Lisboa
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
terça-feira, 22 de novembro de 2011
Comissão Diocesana Justiça e Paz tomou posse
A nova Comissão Diocesana Justiça e Paz, presidida por Manuel Oliveira de Sousa, tomou posse no passado sábado, e a equipa agora empossada tem por objectivo o despertar da Doutrina Social da Igreja na Igreja de Aveiro, na sociedade e junto dos que mais necessitam. Esta comissão está organizada por várias áreas como Ambiente e Sustentabilidade, Ciência, Economia e Emprego, Justiça, Mobilidade, Saúde, Comunicação e Família. Na equipa estão nomes como José Vaz, José Carlos Mota, Amélia Rebelo e Óscar Gaspar.
Uma equipa que junta juventude e experiência e que segundo Manuel Sousa procura respostas no campo da doutrina social da Igreja. “Queríamos aproveitar uma série de recursos que temos de gente que colabora e o perfil que criámos para podermos dar corpo a esta comissão, atendendo a jovens e gente que trabalhou em vários serviços da diocese e outras pessoas com experiência profissional rica em diversidade do seu currículo, que vem ao encontro que o compêndio a Igreja define como áreas prioritárias de intervenção”, adianta Manuel Sousa.
O Padre João Gonçalves, vigário para a Pastoral Social, conta com este novo elenco para receber alertas que a sociedade manifeste para depois e, em conjunto, procurar dar as respostas possíveis. “Possa receber desta comissão uma grande sensibilidade, alertas e sos. E que os nossos grupos possam dar resposta. Espero que a comissão faça uma leitura constante sobre as carências, dificuldade as problemáticas da diocese e a um nível mais aberto para que nos grupos possamos dar as respostas possíveis”, sublinha o Vigário para a Pastoral Social.
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
sábado, 19 de novembro de 2011
SER CRISTÃO NA SOCIEDADE

terça-feira, 15 de novembro de 2011
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
Discurso de Bento XVI no encontro inter-religioso de Assis
Crise: Vaticano propõe «Banco central» mundial
Conselho Pontifício Justiça e Paz publica documento sobre reforma do sistema financeiro e monetário internacional
D.R. Cidade do Vaticano, 24 out 2011 (Ecclesia) ? O Vaticano publicou hoje uma nota oficial sobre a necessidade de ?reforma do sistema financeiro internacional?, defendendo a criação de uma ?autoridade pública" com competência universal, uma espécie de ?Banco central mundial?. No documento, da autoria do Conselho Pontifício Justiça e Paz (CPJP), apela-se à criação de ?algumas formas de controlo monetário global?, considerando que o Fundo Monetário Internacional (FMI) perdeu ?a sua capacidade de garantir a estabilidade das finanças mundiais?. O organismo da Santa Sé aponta para a ?exigência de um organismo que desenvolva as funções de uma espécie de ?Banco central mundial? que regule o fluxo e o sistema das trocas monetárias, da mesma forma que os Bancos centrais nacionais?. Em causa estão ?os sistemas de câmbio existentes, para encontrar um modo eficaz de coordenação e supervisão? num processo que, para a Santa Sé, deve ?envolver também os países emergentes e em via de desenvolvimento?. O documento cita a encíclica ?Caritas in veritate?, de Bento XVI, para apelar a uma ?autoridade pública mundial? que seja capaz de favorecer a criação de ?mercados livres e estáveis, disciplinados por um quadro jurídico adequado?. O mercado financeiro global, ?que cresceu muito mais rapidamente do que a economia geral?, deve ser colocado sob o controlo de um ?número mínimo de regras partilhadas?, entende o CPJP, que lamenta a falta de controlo sobre movimentos de capitais e a ?desregulamentação das atividades bancárias e financeiras?. Entre as possíveis medidas a tomar apresentam-se ?medidas de taxação das transações financeiras? destinadas também a ?contribuir para a constituições de uma reserva mundial, destinada a apoiar as economias dos países atingidos pela crise, bem como para o resaneamento do seu sistema financeiro e monetário?. Uma eventual recapitalização dos bancos, com recurso a fundos públicos, deve ser condicionada pela promoção de ?comportamentos ?virtuosos? e destinados a desenvolver a economia real?. Lembrando que mais de mil milhões de pessoas vivem hoje com pouco mais de um dólar por dia, o Vaticano afirma que ?as desigualdades aumentaram enormemente? no mundo de hoje. Caso não se encontre ?um remédio? para as injustiças que afligem o mundo, o CPJP teme que ?os efeitos negativos? que daí derivariam para o plano social, político e económico possam ?gerar um clima de crescente hostilidade e, no final, de violência?, chegando mesmo a ?minar as próprias bases das instituições democráticas, mesmo das que se consideram mais sólidas?. Entre as causas da atual crise, o Vaticano aponta o ?liberalismo económico sem regras e sem controlo?, situação já enunciada em 1967, pelo Papa Paulo VI, com a sua encíclica ?Populorum progressio?. No documento referem-se ainda ?três ideologias devastadoras? com responsabilidades na crise - ?utilitarismo, individualismo e tecnocracia? ? e assinala-se que a situação económica e financeira se deve a ?comportamentos de egoísmo, avareza coletiva e açambarcamento de bens em larga escala?. A nota oficial foi apresentada em conferência de imprensa, no Vaticano, pelo presidente do CPJP, cardeal Peter Turkson, que a considerou como um ?contributo? para a próxima reunião do G-20, entre 3 e 4 de novembro em Cannes (França), a respeito da necessidade de uma ?ação de conjunto?. OC Notícia atualizada 12h44 |