sexta-feira, 9 de maio de 2014

JESUS, O BOM PASTOR, CHAMA-NOS PELO NOME

 

Georgino Rocha  |  Justiça e Paz – Aveiro

Jesus estabelece connosco uma relação humana muito rica que, biblicamente, se expressa na imagem do bom pastor que se dedica totalmente às ovelhas do seu rebanho. Visualiza-o no seu agir sempre solícito em benefício de quem está em necessidade. Identifica-o no seu ensinamento acessível a todos. Confirma-o na sua atitude final quando entrega ao Pai o seu espírito. Fixa-o e transmite-o, sobretudo, na narrativa de João no Evangelho que, por sua vez, recorda as mensagens de Ezequiel, cap. 34, dirigidas aos exilados da Babilónia.

João quer fazer uma catequese sobre Jesus ressuscitado. Recorre a contrastes eloquentes: entrar pela porta ou rebentar a sebe que resguarda e protege o rebanho, ser reconhecido na voz que chama e é correspondida ou sentir-se considerado como um estranho sem eco de resposta, ver-se procurado e seguido ou dar conta que é abandonado e fica desolado, cuidar da vida das ovelhas ou desleixar-se a ponto de a falta de pastagens lhes provocar a fome e a morte, fazer-se tudo para elas ou explorá-las e aproveitar ao máximo os recursos que têm.

Estas atitudes configuram o bom ou o mau pastor, a novidade de Jesus em relação a outros que são chamados a realizar a missão do pastoreio, a radicalidade do serviço de dar a vida por todos e cada um, a diferença clara e contrastante do seu modo de proceder com o das autoridades judaicas, de todo o tipo. “Eu vim para que as minhas ovelhas tenham vida e a tenham em abundância”. Por isso, vai à frente, guiando; atrás, protegendo; ao lado, animando o seu amado rebanho.

João dá rosto e dinamismo a esta mensagem, recorrendo a figuras e situações típicas: O porteiro de serviço ao redil, a porta funcional para o pastor e o rebanho, a desfaçatez perigosa e real do bandido e salteador, a relação amigável entre as ovelhas e quem as chama pelo seu nome, a mediação indispensável de Jesus à salvação: “Quem entrar por Mim será salvo”. De qual nos sentimos mais próximos?

Esta advertência e exortação tem como “pano de fundo” a porta de serviço, a vocação pessoal a dar resposta, a comunhão dos que se acolhem para reganhar forças e partir em missão. Que feliz coincidência com a mensagem do Papa Francisco para o Dia Internacional de Oração pelas Vocações!

Que rico ensinamento e que belo apelo: Ser chamado pelo seu nome, convidado a participar na vida plena, testemunhar a alegria que provém de Jesus ressuscitado e nos inunda! O salmo 22 pode ajudar-nos a ser coerentes e agradecidos.

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