sexta-feira, 25 de setembro de 2015

COMUNIDADE ABERTA E TOLERANTE

 

Georgino Rocha |  Justiça e Paz – Aveiro

Pe Georgino RochaA formação dos discípulos é, nesta fase da missão de Jesus, a sua grande preocupação. Acompanha sempre o ensinamento que lhes faz com as acções que pratica: assumir a cruz da vida e segui-lo sem condições – diz a Pedro, acolher a sua proposta de serviço humilde e confiante – responde aos aspirantes ao primeiro lugar, destacando a criança como figura exemplar, adoptar atitudes de compreensão e grandeza de ânimo face ao inesperado e diferente – declara a João ciumento e indignado com o que estava a observar. Pois, conclui, “quem não é contra nós é a nosso favor”. Mc 9, 38-43.

Esta afirmação de Jesus faz parte da resposta dada àquele discípulo, porta-voz do grupo apostólico – que se havia queixado de alguém andar a expulsar os demónios sem licença nem qualquer vínculo de pertença; queixa amargada pelo falhanço de uma tentativa levada a efeito por eles. O Mestre, bom pedagogo e profundo conhecedor do coração humano aproveita a oportunidade e pronuncia uma série de sentenças que Marcos – o autor do relato – compendia e a Igreja nos apresenta.

De facto, há quem faça o bem e não pertença à comunidade eclesial. Os demónios, hoje, terão outros nomes, mas grassam por aí mais do que parece: poluidores do ambiente, semeadores da corrupção, manipuladores dos factos e informação enviesada, provocadores do êxodo de refugiados e da falência de empresas, comerciantes de crianças e mulheres e de órgãos humanos. Contra estas forças do mal, lutam com valentia heroica milhares e milhares de pessoas de boa vontade, educadores sociais, cuidadosos pais e mães de família, voluntários sem número, bombeiros e tantos outros soldados da dignidade humana e da solidariedade intergeracional.

A consciência humana desperta progressivamente para a urgência destas lutas, faz erguer a sua voz nas instâncias mais influentes – escrevo no dia em que o Papa Francisco fala ao Congresso Norte-americano -   e dá origem  a prestigiadas associações humanitárias. Como pode a comunidade dos discípulos de Jesus deixar de reconhecer este bem imenso, sinal da humanidade que em todos habita e quer desabrochar. O Vaticano II, dando voz ao Evangelho para os nossos dias, destaca esta atitude do mundo de hoje e propõe um caminho de diálogo franco e de mútuo enriquecimento.

O bem realizado está profundamente relacionado com Jesus e o seu projecto de humanização cristã. “Quem não é contra nós é a nosso favor”. Esta sentença não é apenas reconhecimento do que se faz, mas guia de orientação para a cooperação sem preconceitos. Diferentes agentes estão a actuar, mas todos a servir a pessoa humana e não a serem “correias de transmissão” de ideologias estranhas que sacrificam ao presente o futuro que é de todos ou rebaixam e reduzem as aspirações de infinito do coração ao momento fugidio e à intensidade do prazer consumista. A pessoa humana centrada na biodiversidade e relacionada com toda a criação. Como deixar de vibrar com este sonho de Jesus transformado em projecto histórico em realização! Vibrar e envolver-se corajosamente.

A narração de Marcos destaca outras características da comunidade cristã: além da tolerância e do respeito pelo que é diferente, do relacionamento solidário com a sociedade de que faz parte, do diálogo que humaniza e procura caminhos de resolução para as tensões e os problemas, vem a coerência de vida, o cuidado dos pequeninos sobretudo na fé, a confiança no futuro carregado de novidade, a certeza da presença actuante de Jesus que assume como feito a si o que for feito aos outros, especialmente aos insignificantes sem cotação social ou religiosa. De facto, a comunidade é um grande sinal do que Deus quer fazer com todas as pessoas – uma família feliz que tem por missão irradiar o amor.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

CRIANÇAS, SÍMBOLO DE UM MUNDO NOVO

 

Georgino Rocha  |  Justiça e Paz – Aveiro

“Je suis Abou” afirma a criaPe Geroginonça refugiada que, ao ser descoberta no porta bagagens de um camião, sai espontaneamente como se estivesse em terra conhecida e se apresenta aos guardas que faziam o controle da vigilância. A sua fotografia correu mundo e a sua mensagem ainda repercute em muitos corações feridos pelo drama torturante vivido por muitas centenas de milhares de famílias e seus filhos. “Eu sou o Abou” dou o meu nome a tantos outros meninos e meninas que se vêm forçados a correr os maiores riscos para salvar a vida. Espero a vossa ajuda para poder ser feliz e dar-vos o que todas as crianças têm: alegria, ternura e confiança. E podia seguir-se numa conferência de imprensa promovida por Jesus de Nazaré com o Abou ao colo aberta a todos os meios de comunicação. O impacto seria enorme. Algo parecido acontece no Evangelho. Mc 9, 30-37.

A versão deste episódio, algo composta, visualiza a mensagem central que Jesus apresenta aos discípulos nos caminhos da Galileia. Face ao que dizia sobre o seu futuro próximo: ser incompreendido e condenado à morte por crucifixão, ser ressuscitado após três dias de sepultura, eles não percebem nada e sentem medo de o interrogar. É normal. Estavam formatados com a ideia de um messias glorioso, espaventoso, vencedor e  libertador de todas as opressões e ignominias.

Chegados a casa, espaço mais propício para a conversa e a confidência, Jesus insiste no que havia dito e acrescenta: “ Quem quiser ser o primeiro, será o último de todos e o servo de todos”. E visualiza num gesto surpreendente o alcance desta mensagem, chamando e colocando uma criança no meio do grupo, abraçando-a e declarando: Quem acolhe uma criança em meu nome é a mim que acolhe e quem me acolher, acolhe o Pai que me enviou. Mensagem com um sentido preciso e interpelante. Deus revê-se na criança. Jesus faz-se presente na criança. Os discípulos são convidados a reproduzirem as nobres atitudes da criança, a adquirirem uma nova escala de valores, a assumirem um estilo de vida diferente. Como o do Mestre. Grande “balde de água fria” para as cabeças acaloradas pela discussão. E não era para menos! Maravilhosa lição para os pais e educadores. Apelo enternecedor às comunidades cristãs para esta realidade inaudita: a relação da criança nas suas múltiplas facetas.

Que contraste com a mentalidade europeia predominante a respeito das crianças, garantia do nosso futuro: da recusa de nascimentos ao tráfego de bebés e seus órgãos abortados, à escravidão e à violência… ao menino/a único/a, príncipe ditador em crescimento, centro de cuidados e requintes que os/as não deixam ser simplesmente crianças e expandir todas as suas energias. “À ave que inicia os treinos para voar e dá umas quedas não se corta as asas, mas orienta-se o vôo”.

Aquele gesto pretende manifestar o valor da criança, dos pequeninos, dos excluídos, dos insignificantes, dos que facilmente se podem reduzir ao silêncio ou mesmo a nada. É a partir destes que Jesus dá início ao projecto de salvação de toda a humanidade e quer levar por diante.  Custe o que custar. Mesmo o martírio do Calvário. É preciso fazer falar o silêncio das vítimas, repor a dignidade dos descartáveis e sobrantes, facilitar a inclusão de quem é portador de novos valores que humanizam a sociedade, abrir à relação amiga e solidária os vizinhos,  os colegas de profissão e as gerações, cuidar da criação, nossa casa comum, nosso habitat natural ameaçado de morte. Que bom podermos ser os primeiros em tão nobre empreendimento!

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Sobre o despertar festejando

 

Pedro José L. Correia  |  Justiça e Paz – Aveiro

“O começo no seio de uma continuidade só é possível como acção”,

Emmanuel Levinas, in Totalidade e Infinito, p.136.

Pedro José L. Correia - AveiroSou um texto corrido sem parágrafos. Podia dar lugar à ressaca mas não é bem a ocasião. Ainda não é o momento certo para o ocaso. Embora o dia, que começou na noitada da véspera…, perante a Solene e Emotiva Procissão da Padroeira. Mais uma vez N. Srª. da Encarnação «fez» o milagre do «bom tempo». Perante o fim talvez possa despertar em mim essa sensação de Tédio diante da Vida. Não creio pois a bolsa dos afectos e dos factos está a transbordar. Tive mesmo de dormir - enquanto primeira noite primordial -, na Gafanha da Encarnação. Acordei com a sensação de frio e por inaptidão técnica, não tomei banho d´água quente. Cá fora no Adro, os homens e as máquinas da recolha de lixo municipal «» faziam o seu imprescindível e impecável trabalho de limpeza. Corri para a Gafanha da Nazaré para que a higiene corporal e mental fosse possível para o despertar rápido e completo. Depois, antes que fosse tarde, fui pagar na Gráfica as pagelas. O pronto pagamento significa que é menos 6,30 euros: o que é óptimo para começar o dia de trabalho. Esqueci de Rezar! A fruição de estar perdido na Memória de outro local quente no Maranhão…, na terra da Senhora das Dores. Não! Agora é Encarnação, Carmo e Nazaré. Transporto um feixe de “padres” incompleto e infinito: Arménio…; Urbino…; Jorge…; Neves…; Lé…; Marcelino…; Francisco(s)… Enraizado no Presente e agradecendo todas as festas futuras. Despertar para o existir comprometido é exigente. A morada; o trabalho pastoral; dizer não e dizer sim; dizer não agora; o tremor da vertigem amistosa; e o inadiável abalo dos desafios. Ao longe, que é perto, os foguetes da Arruada da Mordomia continuam a decorrer a bom ritmo (?). Mais logo o esplendor da Entrega do Ramo. Porém, não sei ler totalmente os sinais áudio. Quase todo perdido com as coisas do administrar, que não avançam num ritmo rápido. Afinal, estou mesmo ressacado e não sei como assumir a fruição e a felicidade, marcadas não pelo «eu» mas pelo «nós». “A alegria e os seus amanhãs” de Emmanuel Levinas, tudo misturado com a religiosidade popular. A música do “Seu Jorge - Ela É Bipolar” (!?), no hiper-mercado, sem o cartão do Continente, mais uma vez esquecido. Sem conseguir abstrair o peso de não saber avançar, apenas comprar os Cadernos de Apontamentos: sempre quadriculados e de capas pretas. Custa tanto confiar como se fosse a primeira vez. Organizar é a tarefa. Agora e depois e mais tarde também. Está muito mais difícil pontuar gramaticalmente a minha existência. Sem consentimento e com o apetite espiritual. O contrário é a Verdade mais dura porque pura na Doação. Sem talvez. Deus é Bom.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

JESUS DE NAZARÉ, DIZ-NOS QUEM ÉS TU

 

Georgino Rocha  |  Justiça e Paz – Aveiro

A reprimenda de Jesus a Pedro é de lançar todas as esperanças por terra. “Vai-te, Satanás, porque não compreendes as Pe Geroginocoisas de Deus, mas só as dos homens”. Mc 8, 27-35. Pobre Pedro! Havia agido em coerência e proclamado em nome do grupo dos discípulos que Jesus “é o Messias de Deus”, havia achado estranha a recomendação severa que impunha silêncio sobre esta verdade, havia julgado prudente aconselhar o Mestre, a sós, contestá-lo no seu surpreendente anúncio: que tinha de sofrer muito, ser rejeitado, morto e ressuscitado. E Jesus acrescenta dirigindo-se à multidão: “Quem quiser seguir-Me tome a sua cruz… quem perder a vida por causa de Mim e do Evangelho, salvá-la-á”.


Este incidente abre “a janela” de acesso à compreensão de quem é Jesus e do modo como realiza a sua missão. Estão em causa várias atitudes, mas fundamentalmente duas: a de quem deseja um messias glorioso, triunfante, miraculoso, exibicionista, poderoso; e a de quem acolhe a confidência de Jesus: enfrentar tudo o que se oponha à sua opção clara por levar “contra ventos e marés” o projecto que Deus Pai lhe encomendou – reconstruir a fraternidade humana de todas pessoas porque têm a mesma origem por natureza – a filiação divina. Esta decisão choca com “os interesses” instalados, a ordem político-religiosa estabelecida, as “venerandas” tradições legalistas.


Do choque, passa-se a tudo o que vai originando o processo de condenação à morte, à paixão dolorosa, ao abandono solitário e à sepultura em campanha alheia. Tudo parece acabado. Porém, Deus Pai faz triunfar a opção de Jesus de Nazaré na manhã festiva da ressurreição. O amor vence a morte. Jesus tem razão. A vida entregue é garantia de futuro feliz. Vale a pena confiar e prosseguir.


Qual a minha atitude fundamental? O que faço mostra a fé que tenho e comunico. O encontro pessoal com Jesus Cristo é fonte da minha experiência cristã, dá sentido a todo o meu agir? Este encontro faz-me/nos considerar Jesus como exemplo moral, pois as suas atitudes nos estimulam e nos moldam; como Bom Pastor, guia da consciência, verdade da inteligência, misericórdia do coração ferido; como Comunhão que nos une a si e nos faz Igreja, apesar de todas as fragilidades; como a Primícia mais qualificada do Reino em realização na história a caminho da plenitude na felicidade eterna?


Jesus de Nazaré, diz-nos quem tu és! A razão humana dá muitas respostas, prolongado e avolumando as de Cesareia de Filipe. O “mercado” religioso faz muitas ofertas. O pronto a servir oferece a medida a gosto de cada um. A conveniência e o momento estabelecem as regras da escolha. O coração saltita de experiência em experiência – qual mariposa – em busca de satisfação adequada.

“Se os cristãos fossem como o seu mestre já teríeis a Índia a seus pés” – afirma o poeta hindu Tagore. E Eddy Merck confessa: “Desejo dar a conhecer Jesus a todos aqueles que não o conhecem. Para mim Cristo tem uma presença contínua em toda a minha vida. Creio profundamente n’Ele, na sua história, na sua divindade”.


Diz-nos, Senhor, quem és tu. Que te escutemos com atenção. Que te comuniquemos com honradez. Que brilhe em nós a alegria da experiência alimentada no encontro contigo.

sábado, 5 de setembro de 2015

www.refugiados.pt.

 

A Comissão Nacional Justiça e Paz é uma das organizações aderentes à Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR). Essa plataforma conta com o apoio de mais de 30 organizações da sociedade civil que se mobilizaram para a resposta à grave crise humanitária de refugiados que chegam à Europa. As suas iniciativas podem ser conhecidas em www.refugiados.pt.


ABRE-TE A UM NOVO OLHAR

 

Georgino Rocha  |  Justiça e Paz – Aveiro

Pe GeroginoO episódio do surdo-mudo ocorre na região da Decápole, situada além Jordão, território independente, habitada por gente pagã. A missão para Jesus não tem fronteiras nem faz discriminações, não se limita a confirmar o que há de bom no homem, mas visa iniciar uma nova criação.

    Marcos – o evangelista narrador – condensa, neste episódio, uma expressiva mensagem, valiosa para todos os tempos, mas sobretudo para os nossos, tão profundamente marcados pela surdez e incomunicação generalizadas, na era em que torrentes de informação circulam sem limites de qualquer espécie. Mc 7, 31-37.

     O surdo-mudo, como pessoa real, é um símbolo humano, representante silencioso e eloquente de uma realidade bloqueadora das capacidades relacionais. Vive isolado no seu mundo fechado, apesar da multidão que, deambulando nos caminhos da vida, passa por ele e o vê, está incapacitado de sair da sua situação, é pagão e vive num território estrangeiro. Símbolo pessoal e colectivo de uma sociedade com tremendos contrastes: edifícios altos e casas fechadas; multidões de migrantes sujeitos à intempérie e minorias de elites superprotegidas, auto-estradas amplas e estreiteza de horizontes; mais dinheiro em circulação e menos posses; casas maiores e famílias mais reduzidas; mais coisas ao dispor e menos tempo para desfrutar do seu bom uso; mais dados de informação e instrução e menos sentido e sabedoria da vida; mais medicamentos e menos saúde e bem-estar. A humanidade naufraga, arrolando a sua dignidade em qualquer costa para aonde os ventos e as marés de interesses sórdidos a empurram e abandonam aos abutres de turno. 

“Fomos e regressámos da lua, mas temos enorme dificuldade em atravessar a rua para visitar o vizinho”. Conquistámos o espaço exterior, mas esvaziámos o interior. Fabricámos mais material electrónico e guardamos enormes quantidades de informação, mas comunicamo-nos menos, vivemos ensimesmados. Estamos à distância de um clique e a milhares de léguas de proximidade afectiva e compreensiva. Sentimos a necessidade compulsiva de viver os impulsos da conexão (estar conectados) e somos frequentemente insensíveis aos apelos da consciência ferida pela voz de familiares esquecidos. Estes contrastes são apenas flashes de uma imagem da “multidão solitária” que predomina e cresce na era das comunicações.

Jesus acolhe o surdo-mudo que lhe apresentam. Há sempre alguém, felizmente, que se deixa condoer e põe “mãos à obra”. Retira-se com ele e, por meio de gestos normais e familiares para os destinatários do evangelho de Marcos, que viviam no meio da cultura helénica, realiza a cura, abrindo os ouvidos e soltando os entraves da língua. “Efatá!”, abre-te a uma nova realidade, vê quem te rodeia e contigo quer caminhar, ouve o falar das pessoas, admira o cantar das aves e a beleza dos céus, sonha para além das aparências, entra no mundo novo. Em ti começou germinalmente a nova criação que será consumada na cruz florida da ressurreição.

Efatá! É exortação e apelo, palavra de ordem e missão, grito de confiança e gesto de bem-fazer. É sobretudo sinal eficaz de que Deus não desiste do seu projecto sanador das feridas humanas a fim de que, libertos de forças atrofiadores e desvirtuantes, brilhe em nós com nova intensidade a saúde integral a que estamos chamados.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

«Refugiados: a exigência da fraternidade»

 

A Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana publicou uma nota sobre a atual crise de refugiados: «Refugiados: a exigência da fraternidade»:

refugiados«No dia da apresentação pública da PAR – Plataforma de Apoio aos Refugiados, a que a Conferência Episcopal Portuguesa já deu o seu apoio e que conta com competentes organizações no terreno, a Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana deseja manifestar-lhe, todo seu apreço, na esperança de que ajudemos a minimizar o impacto da grave crise humana que atualmente é vivida a nível mundial. Num recente artigo de jornal (o Frankfurt Allgemeine Zeitung), um governante de um estado europeu afirma temer pela perda das raízes cristãs da Europa devido à chegada do grande número (fala de “invasão”) de refugiados, sobretudo muçulmanos. Diz ser “alarmante” o facto de os povos europeus não conseguirem “defender os próprios valores cristãos”. A Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana considera alarmantes estas afirmações que contrariam objectivamente a pessoa de Jesus e o seu Evangelho. Importa que possamos agir em rede europeia e internacional, para não se perderem esforços nem diluírem responsabilidades, até porque se trata duma operação de futuro complexo. A Conferência Episcopal Portuguesa, agora em Roma, na sua visita ad Limina, para encontros de trabalho com o Papa Francisco e as instituições da Santa Sé, deseja contribuir para uma resposta concreta, em colaboração com o Estado e a comunidade internacional.»