quinta-feira, 18 de abril de 2013

Vaticano: Papa rejeita fé num «deus-spray» e frisa que católicos devem acreditar em «pessoas»

Cidade do Vaticano, 18 abr 2013 (Ecclesia) – O Papa rejeitou hoje o catolicismo baseado num “deus ‘no ar’, um deus-spray que está em todos os lugares, mas não se sabe o que seja” e sublinhou que os católicos devem crer em pessoas concretas.

“Nós acreditamos no Deus que é Pai, que é Filho, que é Espírito Santo, acreditamos em Pessoas. E quando falamos com Deus, falamos com pessoas: ou falo com o Pai, ou falo com o Filho ou falo com o Espírito Santo. E esta é a fé”, sublinhou Francisco na missa a que presidiu no Vaticano, revela o portal de notícias da Santa Sé.

Na eucaristia concelebrada na Casa de Santa Marta por vários sacerdotes, entre os quais o padre luso-canadiano José Avelino Bettencourt, chefe de protocolo da Secretaria de Estado do Vaticano, o Papa realçou que “a fé é um dom” divino.
“Todos somos pecadores, temos sempre algo de errado, mas o Senhor perdoa-nos. Devemos prosseguir sempre, sem nos desencorajar”, afirmou perante dezenas de membros do corpo de polícia italiano responsável pela segurança do Papa e do Vaticano.
Francisco referiu-se também à “alegria” e à “paz” proporcionadas pelo seguimento de Cristo: “Peçamos ao Senhor que nos faça crescer nesta fé, nesta fé que nos fortalece, que nos torna alegres, essa fé que começa sempre com o encontro com Jesus e prossegue sempre na vida com os pequenos encontros quotidianos com Jesus”.
RJM

in Ecclesia 18.04.2013
 

quarta-feira, 17 de abril de 2013

JESUS ORIENTA OS DISCÍPULOS EM MISSÃO

 
Georgino Rocha  |  Justiça e Paz – Aveiro

O mar de Tiberíades é cenário aberto e expressivo da acção de Jesus ressuscitado. Acção que nos chega em forma de narrativa com fundo histórico e/ou carácter simbólico. A que faz o relato da aparição/manifestação de Jesus aos discípulos pescadores pertence a este tipo de narrativas e comporta uma mensagem qualificada.
Antes de serem discípulos, alguns dos que seguiam Jesus eram pescadores de profissão, conhecendo bem os tempos e as marés favoráveis,  o rumo previsível do peixe em movimento e, consequentemente, as horas propícias para a sua captura. Também lhes eram familiares a barca do trabalho, as redes da esperança, o saco repleto de sonhos alcançados ou de desejos adiados. Esta sábia experiência perdura mesmo durante o acompanhamento de Jesus em que tantas surpresas aliciantes acontecem.
Porém o desfecho de tudo isso – a condenação à morte do Mestre – desilude-os completamente, deixa-os desorientados e leva- os a regressar a suas casas, a retomar o trabalho do “ganha pão”, a “fazer o luto” pela perda do amigo em quem confiaram, a recompor-se interiormente, a reconstituir os laços solidários com a vizinhança e os companheiros da faina, a encarar o futuro ensombrado que, lentamente, se vai entreabrindo.
Após uma noite de labuta estéril, deparam-se com uma surpresa desconcertante. Era ao romper da manhã. Rapidamente chegaria a claridade do pleno dia. Jesus tinha em marcha um plano de regeneração das esperanças desfeitas e dos ânimos abatidos. Ele mesmo liderava o processo. “Rapazes, tendes alguma coisa de comer?” “Não” – respondem, dando voz à situação de privação em que se encontram e indiciando o vazio interior em que se sentem. “Lançai as redes para o lado direito do barco e encontrareis”.
Eles, homens calejados naquelas lides, confiam docilmente na palavra de um desconhecido. Nem sequer contrapõem a sua experiência amadurecida ao longo dos anos. E avançam pelo mar dentro. Entretanto, Jesus prepara-lhes uma recepção calorosa: brasas acesas na praia com peixe em cima e pão. E diz-lhes: “Trazei alguns dos peixes que apanhastes agora”, acrescentando: “Vinde comer”. De facto, a pesca, contra todas as expectativas, tinha sido muito abundante. 
A cena desenrola-se com outros episódios significativos: João que intui ser Jesus ressuscitado a figura da margem; Pedro que se lança à água; barcas que são puxadas pelos pescadores; diálogo de amor e missão que Jesus tem com Pedro e o convite que lhe faz: “Segue-me”.
Em cenário de pesca marítima, o narrador “desenha” com traços muito vivos a relação de Jesus com os discípulos, com a comunidade eclesial, com Pedro e seus sucessores. Define a missão que lhes confia como um serviço de amor. Apresenta o mar da vida como horizonte e fronteira de acção. Vela com solicitude por todos e marca encontro/convívio na refeição/eucaristia. De facto Jesus toma sempre a iniciativa e orienta a sua Igreja no desempenho da sua missão no mundo/na sociedade.                         

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Bispos criticam "banalização" do aborto e "facilitação extrema" do divórcio

Presidente da Conferência Episcopal, D. José Policarpo, aludiu ainda ao "panorama preocupante" por causa da crise de natalidade e disse ser natural pedir aos governantes que "não agravem a situação" com sobrecargas fiscais.
11-04-2013 17:14 por Ecclesia
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=29&did=103613
A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) criticou esta quinta-feira a "banalização" do aborto e a "facilitação extrema" do divórcio, alertando para as consequências da actual legislação sobre o futuro das famílias. "A legalização do aborto e sua banalização desvalorizam a vida e contrariam radicalmente a promoção do bem essencial da mesma", assinala o comunicado final da assembleia plenária, que decorreu em Fátima desde segunda-feira.

D. José Policarpo, presidente da CEP, disse aos jornalistas que as mulheres vivem uma situação "dramática" quando decidem abortar e criticou a ausência do aconselhamento que está previsto na lei. "Isso não tem acontecido", lamentou. O Cardeal Patriarca apelou a um "trabalho de ternura, mas também de responsabilidade" junto das populações mais jovens.

Os bispos aprovaram uma nota pastoral intitulada "A força da família em tempos de crise" e sustentam que "a facilitação extrema do divórcio e as formas de convivência marital precária dificultam a decisão de ter filhos". Em comunicado, a Conferência Episcopal sublinha que "a Igreja, que defende a indissolubilidade do casamento, deve ser acolhedora e solícita na ajuda às pessoas que experimentaram o fracasso do seu casamento".