sexta-feira, 19 de julho de 2013

“LUMEN FIDEI” - Em 15 FRASES SOBRE A FÉ -

 
Pe Pedro José Lopes Correio  |  Justiça e Paz – Aveiro

Apresentamos uma leitura, em síntese, através de frases “lapidares”, de frases “desbloqueio”, de frases “chave e fechadura”, da encíclica que foi assumida, como escrita a quatro mãos (Bento XVI e Francisco, cfr. nº7, acaba por ser escrita apenas pelo teólogo papa (emérito) Joseph Ratzinger, o seu estilo é inconfundível!). Comecemos pelas frases em que a encíclica diz «o que não é a Fé». A ordem e os sublinhados são também da nossa autoria. Primeiro, deparamos com a dimensão da Disposição Negativa
1. “A fé não é um facto privado, uma concepção individualista, uma opinião subjectiva, mas nasce de uma escuta e destina-se a ser pronunciada e a tornar-se anúncio” (nº22, p.30).
2. “(…) a fé não é intransigente, mas cresce na convivência que respeita o outro. O crente não é arrogante; pelo contrário, a verdade torna-o humilde, sabendo que, mais do que possuirmo-la nós, é ela que nos abraça e possui. Longe de nos endurecer, a segurança da fé põe-nos a caminho e torna possível o testemunho e o diálogo com todos” (nº34, p.45).
3. “É impossível crer sozinhos. A fé não é só uma opção individual que se realiza na interioridade do crente, não é uma relação isolada entre o «eu» do fiel e o «Tu» divino, entre o sujeito autónomo e Deus; mas, por sua natureza, abre-se ao «nós», verifica-se sempre dentro da comunhão da Igreja”(nº39, p.53).
4. “A fé não é um refúgio para gente sem coragem, mas a dilatação da vida: faz descobrir uma grande chamada — a vocação ao amor — e assegura que este amor é fiável, que vale a pena entregar-se a ele, porque o seu fundamento se encontra na fidelidade de Deus, que é mais forte do que toda a nossa fragilidade” (nº53, p.70).
5. “A fé não é luz que dissipa todas as nossas trevas, mas lâmpada que guia os nossos passos na noite, e isto basta para o caminho” (nº57, p.75).
Segue-se uma clarificação que esconde e mostra a dimensão privada e pública da Fé. Dimensão da Decisão. Decisão provocada pela consciência do DOM. Cortar o que está a mais. Não recorremos às eruditas citações, dentro e fora da Tradição cristã, enumeradas na encíclica, porque queremos demonstrar a “pureza” da reflexão do Magistério, hoje, no seu dizer à humanidade nova. Nos ombros dos nossos antepassados conseguiremos ver mais longe com os olhos da Fé actuais?
6. “A fé nasce no encontro com o Deus vivo, que nos chama e revela o Seu amor: um amor que nos precede e sobre o qual podemos apoiar-nos para construir solidamente a vida” (nº4, p.10).
7. “A fé é a resposta a uma Palavra que interpela pessoalmente, a um Tu que nos chama pelo nome” (nº8, p.15).
8. “A fé é um dom gratuito de Deus, que exige a humildade e a coragem de fiar-se e entregar-se para ver o caminho luminoso do encontro entre Deus e os homens, a história da salvação” (nº14, p.21).
9. “A fé cristã é fé na encarnação do Verbo e na Sua ressurreição na carne; é fé num Deus que Se fez tão próximo que entrou na nossa história” (nº18, p.25).
10. “A fé ensina-nos a ver que, em cada homem, há uma bênção para mim, que a luz do rosto de Deus me ilumina através do rosto do irmão” (nº42, p.71).
11. “A fé afirma também a possibilidade do perdão, que muitas vezes requer tempo, canseira, paciência e empenho; um perdão possível quando se descobre que o bem é sempre mais originário e mais forte que o mal, que a palavra com que Deus afirma a nossa vida é mais profunda do que todas as nossas negações” (nº55, p.73).
Concluímos com um terceiro agrupamento, completando a nossa redução às 15 frases (poderiam ser mais ou menos) entrando na dimensão da Diferença ou Drama. Eis o filão genético e evangélico da Fé. Quais os limites? Entre o possível e o impossível. A metáfora da LUZ, de sabor agostiniano entre outras fontes inspiradoras, ilumina melhor a quem se sabe iluminado.
12. “(…) o olhar da ciência tira benefício da fé: esta convida o cientista a permanecer aberto à realidade, em toda a sua riqueza inesgotável. A fé desperta o sentido crítico, enquanto impede a pesquisa de se deter, satisfeita, nas suas fórmulas e ajuda-a a compreender que a natureza sempre as ultrapassa. Convidando a maravilhar-se diante do mistério da criação, a fé alarga os horizontes da razão para iluminar melhor o mundo que se abre aos estudos da ciência” (nº34, p.46).
13. “A fé ilumina a vida social: possui uma luz criadora para cada momento novo da história, porque coloca todos os acontecimentos em relação com a origem e o destino de tudo no Pai que nos ama” (nº55, p.74).
14. “Devido precisamente à sua ligação com o amor (cf. Gl 5, 6), a luz da fé coloca-se ao serviço concreto da justiça, do direito e da paz. A fé nasce do encontro com o amor gerador de Deus que mostra o sentido e a bondade da nossa vida; esta é iluminada na medida em que entra no dinamismo aberto por este amor, isto é, enquanto se torna caminho e exercício para a plenitude do amor. A luz da fé é capaz de valorizar a riqueza das relações humanas, a sua capacidade de perdurarem, serem fiáveis, enriquecerem a vida comum” (nº51, p.68).
15. ”(…) a fé cristã é fé no Amor pleno, no seu poder eficaz, na sua capacidade de transformar o mundo e iluminar o tempo” (nº15, p.22).




























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