domingo, 8 de janeiro de 2012

Um novo itinerário_Dia Mundial da Paz 2012




Manuel Oliveira de Sousa


No início de um novo itinerário social e económico, o ano 2012, somos interpelados, logo no primeiro dia, a viver o 1 de janeiro como o Dia Mundial da Paz.
Inicialmente designado por Dia da Paz foi criado pelo Papa Paulo VI, com uma mensagem datada do dia 8 de dezembro de 1967, para que o primeiro fosse celebrado sempre no primeiro dia do ano civil (1 de janeiro), a partir de 1968: “Dirigimo-nos a todos os homens de boa vontade, para os exortar a celebrar o «Dia da Paz », em todo o mundo, no primeiro dia do ano civil, 1 de Janeiro de 1968. Desejaríamos que depois, cada ano, esta celebração se viesse a repetir, como augúrio e promessa, no início do calendário que mede e traça o caminho da vida humana no tempo que seja a Paz, com o seu justo e benéfico equilíbrio, a dominar o processar-se da história no futuro.”
Há três elementos fundamentais que podem ajudar na leitura deste “pórtico” de 2012 que urge reorientar, dar nova expressão, definir de outro modo na economia, nas estruturas sociais, nas políticas nacionais e locais.
Primeiro a intenção no momento fundacional, o dia da Paz.
O que ocorre com maior evidência é o desastre que os povos têm provocado. Não é possível que a minoria das classes mais abastadas e dirigentes não entendam que estão a semear as sementes do seu próprio fim. Ou se reparte com a justiça o que é de todos ou estas sementes de guerra (o pessimismo, a pobreza, a falta de esperança, a mobilidade das pessoas, a fome) vão abrir ainda mais o fosso onde todos, pela globalização, seremos submersos.
Um segundo elemento que importa sobrevalorizar é a clarivisão do Papa Bento XVI na mensagem para este dia 1 de Janeiro, EDUCAR OS JOVENS PARA A JUSTIÇA E A PAZ.
Não se trata de um apelo à ação sobranceira dos educadores, formais e informais, é um grito para o mundo dar às gerações jovens o que lhes pertence: futuro. Os jovens têm direito a viver e a viver melhor que as gerações dos seus pais, têm direito a nascerem livres! Hoje, ao esgotar os recursos económicos e sociais dos mais velhos, as finanças do mundo transformaram a humanidade noutro rosto da escravatura do Séc XXI, a começar pelos jovens, endividados antes de serem gerados.
Por fim, é relevante considerar a distinção que o Parlamento Europeu e a Comissão Europeia dão a 2012 ao declararem-no como o Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre as Gerações; pretendendo contribuir para promover uma cultura de envelhecimento ativo na Europa convocando valores europeus como a solidariedade, a não discriminação, a independência, a participação, a dignidade, os cuidados e a autorrealização das pessoas idosas, concorrendo para o desenvolvimento harmonioso das sociedades europeias.
É também uma oportunidade para refletir sobre os efeitos do envelhecimento demográfico e sensibilizar os decisores políticos e a sociedade para o que a maior longevidade pode trazer, nas áreas do emprego, cuidados de saúde, serviços sociais, educação de adultos, voluntariado, habitação, novas tecnologias, mobilidade; a valiosa contribuição das pessoas idosas na sociedade.
O ano que agora surge, cruzados estes três elementos, exige ter de ser o início do ciclo da verdade, da transparência, do equilíbrio a todos os níveis que as várias gerações e serviços necessitam. Porque só haverá paz, desenvolvimento, se houver pessoas em paz e com perspetivas de desenvolvimento. Sem isto, passaremos à insolvência, à insustentabilidade. Porque tudo o resto, de nefasto, já está à nossa porta!