sábado, 19 de novembro de 2011

SER CRISTÃO NA SOCIEDADE



O cristão é membro qualificado da sociedade. Como todas as pessoas tem humanidade que fundamenta a cidadania e como muitas outras tem uma religião que dá sentido ao estilo de vida com a marca e o jeito de Jesus Cristo. Por isso, o seu espaço privilegiado de realização tem a ver com o âmbito social e, nele, com todas as dimensões que este abrange e promove.

Fora da sociedade a cidadania dilui-se e a fé cristã empobrece de tal maneira que se descaracteriza e desfigura. A par de outros agentes educativos, a sociedade surge como a grande escola de educação. Daí, a importância de saber apreciar e promover os valores fundamentais sejam eles privados ou públicos, políticos e culturais, económicos ou religiosos.
Todos os valores tem como centro a pessoa humana e como objectivo mobilizador a sua qualidade de vida chamada à plenitude em Jesus Cristo. O que é indigno da pessoa desfigura o rosto de Deus e dá azo às mais diversas alergias religiosas.

A pessoa humana constitui o primeiro centro de responsabilidade social do cristão. Nem de outro modo pode ser. Do Mestre vem o exemplo e o mandato. Quem não lhe liga anda por longe da sua mensagem. A sua compreensão integral mostra a pessoa como um ser dinâmico em crescimento, dotado de uma dignidade inviolável e de uma responsabilidade solidária inalienável.

Ser em crescimento dinâmico, a pessoa está dotada de uma inteligência que procura a verdade e, encontrando-a, a assume e segue sem rodeios. Possui uma consciência que vai escalonando os valores que dignificam o seu proceder e rejeita o que o avilta, dando testemunho de uma sabedoria de vida apreciável. Goza de uma liberdade única, fruto da verdade e não de impulsos descontrolados ou modas publicitárias, espelho da grandeza dos valores que dão sentido às opções de cada dia.

Toda a pessoa é uma unidade de diversidades múltiplas: fisiológicas, psicológicas, relacionais e sociológicas, espirituais e de comunhão com o divino. Ter em conta o conjunto é indispensável para gerar e viver a harmonia do humano que há em nós. Atender apenas a uma parte é mutilá-lo e, a par de experiências de satisfação e de êxito, armazenar razões emocionais próximas da frustração e fazer surgir um figurino que desvirtua o rosto original que pretende espelhar: ser imagem e semelhança de Deus que, em Jesus Cristo, nos dá a medida e o estilo a que estamos chamados, a harmonia da beleza e do bem que nos eleva e realiza.

Georgino Rocha