domingo, 4 de outubro de 2015

sobre «o» que importa «mais» para além da «dureza do coração»

 

Pedro José L. Correia  |  Justiça e Paz – AveiroPedro José L. Correia - Aveiro

«O direito de asilo é um direito humano, e qualquer pessoa que pedir asilo deve ser tratada de forma justa e, se for o caso, deve ser acolhida com todas as consequências.»,

Jürgen Habermas, in http://www.ihu.unisinos.br/noticias/547547-qdireito-de-asilo-e-direito-humanoq-diz-habermas, acesso: 03-10-15.

«Hoje é dia de Eleições Legislativas. O horário de funcionamento das mesas de votação está anunciado entre as 8H00 e as 19H00. Somos convidados a votar, exercendo assim o direito e o dever neste exercício de Cidadania.»,

1. Sobre a dureza do coração – Os discursos e dentro deles a argumentação «maliciosa», «técnica» ou «fundamentalista» (falo dentro da parte católica, e não só), que fazem a linguagem e a leitura da realidade: turvaram e confundiram a minha semana do princípio ao fim. Neste evangelho dominical, na forma breve (Mc 10,2-12), quero ter a impressão que vejo, os dois lados da “barricada”, na reunião dos 279 bispos de todo o mundo, neste Sínodo romano sobre a Família, que se prolonga até ao dia 25 de outubro. Também eu me dei mal, recentemente, com os processos democráticos de decisão. A Democracia terra da liberdade, da fraternidade e da justiça: não faz mal a ninguém; nem a nada. Quanto mais democracia, melhor democracia; mas é preferível ter uma melhor consciência democrática para que na prática possa haver mais democracia. De um lado, dizem, está o cardeal norte-americano, Raymond Burke; do outro lado, dizem, está o cardeal alemão, Walter Kasper. Espero que na era franciscana do papado, e em toda a fidelidade doutrinária, exista a possibilidade de “aparecer” alguém, do «tipo», resgatamos do Céu, o falecido bispo brasileiro, Luciano Mendes de Almeida, que seja capaz de fazer a «síntese impossível». O discurso de Jesus Cristo sobre a «dureza do coração», volta a estar, plenamente, na agenda eclesial e secular. Voltemos à Família como no princípio da Criação. É o pecado (pessoal, social e estrutural) que descria o «humano» feito de barro divino.

2. Sobre o aprendizado e o múnus de «prior» – Também este evangelho entrou por dentro do ser “padre” e do ser “prior”, dia-a-dia, com as Surpresas-de-Deus. Há comportamentos irreconhecíveis. Posturas que ferem e posturas que curam. Onde me encontro com os meus silêncios? Minhas esperas estratégicas, que fazem pensar o meu “umbigo”? Evitar sempre as Omissões. Não sei e quero acreditar que em «casa», tal como os discípulos, posso perguntar de novo ao Mestre. Não tenho mais Tempo para perguntar é preciso Agir. Rezo para que não aconteça. Acontece e volto a rezar para dar um passo em frente. Não rezo bem. Rezo em estado de carência, como fruição negativa. Rezo para que a Bondade do Espírito Santo possa habitar os meus pequenos critérios. O irredutível «Discurso» torna-se mais maneável. A minha inaptidão técnica resiste pela aproximação. Nada resolvido e no piscar de olhos tudo se resolve, por encaminhamentos recusados anteriormente. Feita e impressa: Agenda Paroquial Tripartida: sempre com erros e graças irónicas, caminhamos para além da unidade pastoral, geográfica e evangélica. Esta unidade pastoral não é nem fusão nem nivelamento, mas articulação das diferenças, como num Corpo Vivo. Aguardamos os próximos episódios. No pior está a nossa melhor doação. Vamos começar de novo.

3. Sobre a morte «amiga» e «injusta» – As diversas mortes biográficas estremecem a minha coesão interior. Tudo significativo fica relativo. E nada insignificante pode ser relativizado. Os meus paradoxos emotivos ganham do Cérebro. A Morte «amiga» ou «injusta», terríveis as experiências racionais. Se juntarmos a morte «amiga» e «injusta»: então o Rosto do Absurdo atinge o nível profundo da certeza na própria Fé. Nada fica por baixo de nós... Tal como aconteceu com Jesus Cristo na Cruz. É o ponto final que se tornou um Abismo de Luz. Contra a imprevisibilidade, temos o poder de prometer. Contra a irreversibilidade, temos o poder de perdoar (Cfr. J.M. Pereira de Almeida, in Caritas, nº8, 2015, p.3). Diante deste evangelho, na forma longa (Mc 10,2-16), temos de pedir a Graça da Pequenez. A Graça da não-violência. A Graça da não-imposição. A Graça da humildade e da confiança. A Graça de ter sido recuperado pela «Inocência Segunda», e não alimentar mais o «infantilismo». Tal como uma Criança adormece no colo da Mãe, no abraço do Pai. A Morte continuará injustificável ainda que compreensível; como com o meu amigo José, pela morte prematura e trágica, da sua adorável esposa, Maria; na irrequietude de seus filhos; na Caridade da sua família de sangue. Redescobri outro lado igual: a Morte não justificável, porque não compreensível. Os novíssimos estão dentro do Coração quando chora mesmo sem lágrimas: - Vai custar-me a Alma a presença nas exéquias!?

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