segunda-feira, 23 de abril de 2012

CDJP reuniu no dia 2012.04.21

 

Tendo como referência para discussão Pão e Esperança na mesa da “Família”

Sinais mais negativos… - “Os jovens temem não encontrar trabalho. Não conseguem projectar o seu futuro. Sentem-se bloqueados por um eterno presente feito de precaridade. Os pais têm medo de perder a reforma, a assistência social, de acabar na miséria. O resultado é uma existência guiada pela imobilidade, sem esperança de mobilidade social, uma espécie de hipertrofia do presente”1.

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Estamos num processo em que todos os recordes negativos estão a ser batidos: desemprego estrutural que está a entranhar-se na economia (sobretudo também o desemprego entre os jovens); os números da emigração que crescem; os números das hipotecas por pagar que disparam; número de insolvências (empresas e particulares); etc. “Batemos todos os dias recordes de culpa, de medo e vergonha”2.
Sinais mais positivos… – Este ano o Banco Alimentar Contra a Fome faz 20 anos de existência. É um exemplo modelar de uma iniciativa e compromisso da Sociedade Civil, em termos de organização e solidariedade diante de um problema crónico e humilhante para a dignidade humana.

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“O que eu sinto é uma enorme gratidão. Ainda há quem duvide que se pode acreditar nos empregados”, garante o empresário da Sicasal, que no dia em que a fábrica estava em chamas [15-11-2011] anunciou que não iria despedir nenhum dos seus 650 trabalhadores. (…) os trabalhadores excederam-se no resgaste da fábrica, inclusive aos fins de semana, na árdua tarefa de remover os escombros do sinistro, que destruiu um edifício inteiro”3.
Sinais para caminhar…4 - “O debate sobre a grave crise do SNS está quase exclusivamente centrado nos hospitais. Trata-se de uma preocupante deturpação conceptual, uma vez que algumas soluções, comprovadas internacionalmente, desenvolvem-se nas comunidades locais, nos cuidados continuados, na parceria com o apoio social e cuidados domiciliários”5.
Que significa para a vida pessoal e comunitária, as nossas distâncias e as nossas proximidades? Que é que nos forma, por dentro e por fora, de modo próprio ou apropriado? Sem Cuidado (cuidar de…) e sem Compromisso (comprometer-se com…), «não-chegamos-lá-a-tempo».

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Precisamos de tempos fecundos para estarmos de modo inteiro. Sem pressas, sem desvios e dores de parto sem vida. Precisamos de encontrar espaços de paz, de justiça, de silêncio, e de contemplação. Os nossos problemas de hoje só serão resolvidos através de padrões criativos de «novo tempo» e «novo espaço», dignos da pessoa e comunidade humanas. Aí, e só então, aprenderemos a viver, e sobretudo, celebraremos o conviver.


Pedro José - CDJP, 11-04-2012, caracteres (incl. esp) 3650.

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1 BELANCIANO, Vítor, in Público – Revista, 08-04-2012, p.10.
2 MALHEIROS, José Vítor, “Recordes e mentiras” in Público, 10-04-2012, p.45. A multinacional norte-americana do sector químico, DOW CHEMICAL, vai fechar a unidade de produção de placas de esferovite que tem em Estarreja e que garante actualmente, 19 postos de trabalho. A fábrica que irá encerrar foi inaugurada em 2003 e ampliada seis anos mais tarde (Cfr. Público, 03-04-2012, p.15).
3 ANTUNES, Conceição, “SICASAL renasce das cinzas: recuperação. A união entre patrão e trabalhadores deu frutos: na área destruída pelo fogo, a produção vai agora duplicar”, in Expresso, 21-01-2012, p.15.
4 Breve leitura de confronto/aprofundamento: AAVV, “Desigualdades em Portugal: Problemas e propostas”, Coord. RENATO MIGUEL do CARMO, Edições 70 – Coleção de bolso Le Monde Diplomatique, Lisboa, 2011, pp. 127.
5 MOREIRA, Paulo, “Saúde, demagogias e pensamento único” in Público, 04-04-2012, p.47. Neste artigo o autor desenvolve 7 dimensões afectadas pelo enviés do debate: 1) Ideias?; 2) Actores?; 3) Cidadãos? 4) Resultados?; 5)Políticas de saúde?; 6) Regulação?; e 7) Indicadores de saúde?.

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